Instalação de Fabiane Pianowski em memória de Adriane Pianowski (áudio)
Em fevereiro de 2016, minha irmã mais velha Adriane, Nane para mim, foi com uma amiga fazer um cruzeiro pela costa brasileira aproveitando o carnaval. Foram dias de muito samba, suor e cerveja. As fotos e áudios, as publicações e relatos eram registros da celebração da vida. Infelizmente, deu ruim no ziriguidum e minha Nane, que era obesa, fumante e não tinha uma vida muito regrada, contraiu H1N1 na viagem. Ela vivia em Campinas, no interior do estado de São Paulo, era enfermeira e trabalhava com saúde pública. Ao retornar a casa no sábado, não se sentiu muito bem, estava com falta de ar e muita tosse, atestaram pneumonia dupla. Foi para a UTI na segunda à noite com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS); na quarta-feira, dia 17, foi seu aniversário de 52 anos, intubada, mas sem saturar corretamente; faleceu na sexta dia 19, suas extremidades estavam arroxeadas, mas ela continuava linda! Sua morte aconteceu na segunda onda da epidemia de H1N1, que levou quase dois mil brasileiros naquele ano.
A instalação "Viagem", traz sua mala vermelha e o último áudio antes da viagem. Pela sua voz é possível conhecer um pouco dessa diva divertida e delirante que fazia da vida uma festa.
Quando a pandemia do Corona Vírus se instalou no mundo, em março de 2020, minha família passou a reviver 2016 a cada dia, a cada relato de internação, intubação, baixa saturação, número de infectados, número de mortos… meu irmão mais novo chegou a profetizar que um de nós seria levado pela Covid-19... o que de fato aconteceu novamente em um fevereiro, novamente nas voltas do carnaval. Cinco anos depois da nossa irmã, tivemos que nos despedir da nossa mãe aos 78 anos, cheia de vida e lucidez. Infelizmente, nossa família têm perdido as batalhas contra os vírus, só nos resta nos cuidarmos e acreditar na ciência, no SUS e na nossa presença divina.
Ouvir a voz da da Adri me fez chorar e rir ao mesmo tempo.
Saudades da minha amiga e parceira que ainda é tão presente em minha vida, seja no meu cinzeiro da sala, na fruteira da cozinha, nas centenas de arquivos do PC em uma pasta chamada "Arquivos da Adriane", no coração, enfim, na alma! Que delícia ouví-la, sentir a irreverência, ousadia e felicidade que eram suas marcas registradas. SAUDADES!
Que linda homenagem! A Adri tão presente!
Querida Adri! Intensa Adri! Que reagia com uma alegria provocadora e rebelde, nos tirando do conforto ! Soube da morte dela no Rio enquanto fazia tour a pé pelo centro! Foi um choque e uma tristeza! Obrigada Fabi por esta linda e emocionnate homenagem que nos traz viva a imagem da sempre irreverente Adri. Saudades💖